Pot Pourri pandêmico

Assim que o dia amanheceu”

Não houve luz ou calor

Trouxe incerteza,

Angustia

Preocupação e a doença

“Medo, que dá medo do medo que dá”

“Tá rebocado meu compadre

Como os donos do mundo piraram

Eles já são carrascos e vítimas

Do próprio mecanismo que criaram”

“Me deram uma gaiola como casa, amarraram minhas asas”

Que os rebeldes de boteco não levaram em consideração

Repetindo que:

“O tempo não para”, vamos “viver e não ter a vergonha de ser feliz”

Pois lhes digo,

para aqueles que chamam de covardes os ainda em reclusão

“você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui”

Sem me contaminar, preservando os meus e os seus

Essa, sim, é a verdadeira bravura, nesses tempos de vacilação

“Enquanto todo mundo espera a cura do mal”

Negacionistas e anti-vacinas seguem viajando

No “super fantástico, o balão mágico”

“Enquanto a loucura finge que isso tudo é normal

Eu finjo ter paciência”

Para os paranoicos o vírus continua

Nos seus livros, nos seus discos,

E onde você menos esperar

Ele estará”

Do you believe in magic?”

Os descrentes irão retrucar

Mesmo com hospitais que não param de gritar

(Help) I need somebody

(Help) not just anybody

(Help) you know I need someone

Help”

Os jovens não param o “Rock’n roll all night and party every day”

Com ninguém se preocupar

“O sangue anda solto”

Com mais de 400 mil mortes “ao descanso do patrão”

Que quando questionado sobre o problema, apenas diz:

“Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar”

O governo seguindo no ritmo do “Tô nem aí, tô nem aí

Não vem falar dos seus problemas que eu não vou ouvir”

Faz com que famílias inteiras tenham “seus jardins da vida ressecados

Dos pés que plantaram Marias, nem Margaridas nasceram”

Enquanto o resto da população

“Permanece sem amor, sem luz, sem ar”

E os outros países, ao assistir esse show horrendo, se questionam:

“Que país é esse?”

Desculpe usar palavras repetidas,

Mas quais são as palavras que nunca são ditas?”

Compaixão

Humanidade

Reciprocidade

Empatia

Para você que é considerado “Maluco beleza”

Por ir contra a tudo que pelo planalto é anunciado

Eu deixo meu recado:

“É esse o vírus que eu sugiro que você contraia

Na procura pela cura da loucura

Quem tiver cabeça dura vai morrer na praia”

Trechos de músicas utilizadas:

  • Oceano – Djavan
  • Miedo – Lenine e Julieta Venegas
  • As aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor – Raul Seixas
  • A carta – Djavan
  • O tempo não para – Cazuza
  • Viver e não ter a vergonha de ser feliz – Gonzaguinha
  • A estrada – Cidade Negra
  • Paciência – Lenine
  • Super fantástico – Balão Mágico
  • Eu vou estar – Capital Inicial
  • Do you believe in Magic? – Lovin’ Spoonfull
  • Help – Beatles
  • Rock n’ roll all nite – Kiss
  • Que país é esse? – Legião Urbana
  • Caviar – Zeca Pagodinho
  • Tô nem aí – Luka
  • Flor de Liz – Djavan
  • Sem ar – D’Black
  • Quase sem querer – Legião Urbana
  • Maluco Beleza – Raul Seixas

Atribuição de Imagem

Fundo vetor criado por kjpargeter – br.freepik.com

A seleção

Olá, pessoal! Como prometido, aí está o poema que eu me atrevi a escrever para apresentar no nosso encontro de escritores e leitores. Espero que gostem!!!

O vírus passa.

De mão em mão,

De coisa em mão,

De pessoa para pessoa.

Passa, de pessoa em mão.

Passa…

Isolamento se faz necessário.

Tempo de reflexão,

Solidão,

Planejamento ou simples espera?

Será regra?

Ou simples capricho de quem governa?

A economia não aguenta,

A vida anseia.

Mas mesmo com todas as adversidades que nos rodeiam,

De ministro em ministro,

Somos notícia negativa na mídia estrangeira.

E a economia? Será que com isso também não bambeia?

Não podemos parar!

Saiam as ruas! Não tenham medo.

Afinal temos um remédio milagroso.

A imunização de rebanho será nossa salvação!

Serão 2/3 da população infectados,

Dos quais, somente 1% serão descartados.

Mas, e daí?

Somente perecerão os mais debilitados.

Os fortes continuarão.

Isso não é seleção?

Natural.

Evolucionária.

Seria essa nossa soberania

ou pura e simples eugenia?