Diário de um Cão – Faísca e o Natal

Querido diário, você já ouviu falar de um tal de Natal? Não? Então eu vou te contar que coisa é essa e minha relação de amor e ódio com a data.

Tudo começa com uma árvore. Mas não é uma árvore comum, dessas que eu faço xixi na rua, essa é de plástico. Humanos são tão estranhos! Eles cortam as árvores de verdade que são boas para fazer xixi, tem um monte de passarinhos para latir, dão sombra, deixam cair frutas para comer, entre outras coisas, enquanto montam e cuidam de uma de plástico dentro de suas casas. Vai entender o que se passa na cabeça deles! A parte boa é que eles penduram um monte de bolinhas e bonequinhos coloridos nelas. No meu primeiro Natal, eu fiquei super empolgado com a montagem da árvore de mentira, porque eu imaginei que a única finalidade para aquilo era brincarmos da coisa mais divertida do mundo: o pega e corre atrás. Então, não tive dúvidas, eu pegava as bolinhas e a mamãe corria atrás de mim querendo elas de volta. A tradição do pega e corre continua, fielmente, até hoje.
Outra coisa que a vovó faz nessa época é colocar, em cima da mesa do telefone na sala, um monte de bonequinhos em volta de um boneco menor. Ela chama aquilo de presépio. Eu não entendo direito o que é isso, mas teve uma vez que eu resolvi pegar o tal do boneco menor que fica no meio. Dessa vez, a brincadeira do pega e corre teve proporções estratosféricas, porque a casa inteira quis participar e ainda gritava: pega o Faísca porque ele pegou Jesus. Foi muito divertido!
Porém, a parte mais gostosa do Natal é que a família inteira se reúne em uma noite e tem um monte de comida. É alucinante! Eu não sei se recebo as pessoas com lambidas em suas caras, se eu faço xixi pela casa inteira de tão animado ou se eu roubo comida. Então eu decido fazer de tudo um pouco, afinal, a vida é uma só e não temos tempo a perder. Mas, por mais que eu apronte, eu nunca vou superar o saudoso tio Marley. Dizem que em um dos natais, ele ficou cansado das visitas e começou a latir para que elas fossem embora porque ele queria dormir. Sensacional! O tio Marley não sabia ser cachorro, mas sabia expulsar como ninguém as pessoas quando queria.
Mas nem tudo são petiscos de banana nessa data, caro diário. Porque, a meia-noite, alguns humanos soltam aquelas bombas no céu que eles chamam de fogos. Para mim aquilo deveria chamar Deus me livre é o apocalipse, terceira guerra mundial, bomba atômica, vamos todos morrer, salve-se quem puder! Eles estouram essa coisa medonha durante toda a noite e, às vezes, até nos dias seguintes e eu fico com muito medo, procurando lugar para me esconder. Dizem que é um tal de papai Noel que vem nesse horário. Se ele precisa fazer esse barulho todo para chegar, era melhor ter ficado no polo norte mesmo. Eu não sei onde isso fica, mas espero que seja bem longe de mim! Depois de tanto tremer, eu estava com tanta raiva desse tal de Noel barulhento que eu não queria ver ele nem pintado de osso! Porém, a mamãe me deu um brinquedo super legal e disse que foi ele quem trouxe. Eu nunca vou admitir para ninguém, mas isso fez eu ter um pouco de simpatia pelo velho.
Bom, acho que resumi bem o que é o Natal. Só faltou dizer algo que todo mundo diz: Feliz Natal para todos!

Meu presente de Natal desse ano.

2 comentários em “Diário de um Cão – Faísca e o Natal”

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